PROJ/CIDETS/CGD/0006 | PONTES ENTRE A AGRICULTURA FAMILIAR E A AGRICULTURA BIOLÓGICA

Duração: 2018 – 2019

Investigador Responsável

Cristina Amaro da Costa

Membros da Equipa

Ana M. Aguiar
Celso Pais
Cláudia Chaves
Cristina Parente
Daniela Teixeira
Guadalupe Ribeiro Pinheiro
Helena Esteves Correia
José Barata
Luísa Silva
Mafalda Gomes
Raquel Guiné
Telmo Costa

Parceiros Institucionais e Empresariais

IPV; ADDLAP; U.PORTO; Instituto de Sociologia da U.Porto; A3S; Scotland’s Rural College; Estrategia y Organización S.A.; Slovak University of Agriculture in Nitra

mais

A agricultura familiar, como forma de garantir a produção agrícola, gerida por uma família com base em mão-de-obra familiar não assalariada, tem um papel fundamental nas zonas rurais. Das 570 milhões de explorações agrícolas do mundo, mais de 500 milhões são explorações familiares. Em Portugal, a agricultura familiar representa 96% das cerca de 280 mil explorações existentes no continente. Diversos projetos e modelos de desenvolvimento da agricultura familiar consideram a agricultura biológica como elemento chave para a sua implementação, com impacto direto no aumento do rendimento das famílias.
A adoção da agricultura biológica, assente em princípios como alimentar o solo para nutrir a planta, otimizar os ciclos de nutrientes ou manter relações de proximidade com o mercado permitirá aos agricultores familiares incorporar uma tecnologia inovadora que visa a produção de alimentos mais saudáveis e de melhor qualidade, sem recurso a produtos químicos de síntese nem organismos geneticamente modificados, em simultâneo com a redução de impactos ambientais negativos.
A identificação dos procedimentos técnicos e tecnológicos, adotados nas explorações familiares, permite identificar as semelhanças (proximidade) com o modelo de itinerário técnico teórico adotado em agricultura biológica e os constrangimentos técnicos, económicos e sociais à transição para a agricultura biológica. Este conhecimento contribuirá para a conceção de um modelo de intervenção, a nível técnico e social, e para a definição de estratégias e políticas, regionais ou nacionais, que promovam a adoção deste modo de produção por agricultores familiares.
Os procedimentos técnicos e tecnológicos adotados nas explorações familiares e as caraterísticas sociais e demográficas dos agricultores serão identificados através da administração indireta de questionários com perguntas de resposta fechadas, algumas das quais sob a forma de checklist de resposta múltipla. Precede a esta operação de inquirição, a recolha de informação qualitativa com base em entrevistas coletivas, sob a forma de grupos focais, onde se pretende explorar procedimentos técnicos e tecnológicos adotados em agricultura familiar, bem como obstáculos e resistências às práticas de agricultura biológica e atitudes comportamentos passíveis de serem mais consensuais para incitar à mudança de práticas. Paralelamente, um estudo de caso, baseado na metodologia “Lean”, permitirá conhecer na realidade as práticas, atitudes e comportamentos sinalizados no grupo focal. A investigação culminará com a validação de um conjunto de recomendações, ao nível das orientações de políticas públicas locais e regionais, junto dos atores chave, incluindo os participantes no grupo focal, que permitam alcançar modos de produção mais sustentáveis e saudáveis através da mudança de práticas agrícolas e da adoção da agricultura biológica pelos agricultores familiares.

O objetivo do presente projeto é definir um modelo de intervenção, a nível técnico e social, que permita estabelecer pontes entre a agricultura familiar e a agricultura biológica, com vista à adoção deste modo de produção. Assim, os objetivos executivos da proposta incluem:
1) Elaborar uma reflexão teórica sobre a proximidade entre a realidade das práticas agrícolas da agricultura familiar e agricultura biológica;
2) Definir um modelo de intervenção, a nível técnico e social, que contribua para alterar as práticas adotadas por agricultores familiares no sentido da agricultura biológica;
3) Propor recomendações ao nível das orientações de políticas públicas, que permitam alcançar modos de produção mais sustentáveis e saudáveis.

Scroll to Top