Duração: 2021 – 2024
Investigador Responsável
Manuela Ferreira
Membros da Equipa
Ana Paula Cardoso
Sofia Campos
Graça Aparício
Paula Nelas
Inês Jorge de Figueiredo
Vitor Martins
Joana Rita Andrade
António Grilo Novais
Jorge Pinhal dos Santos
Felizardo Costa Neto
Manuel Octávio Isaac Spínola
Osvaldo Manuel Pelinganga
UI&D: CI&DEI; UICISA: E
Parceiros Institucionais e Empresariais
Politécnico de Viseu; Saúde em Português (ASP); Instituto Politécnico do KWANZA SUL (ISPKS)
Entidades Financiadoras
Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT); Aga Khan Development Network (AKDN)
Contexto: Diversos organismos internacionais têm manifestado preocupações com o estado do direito à Educação para todos os angolanos. Atualmente, cerca de 36% da população vive abaixo da linha de pobreza e com dificuldade de acesso a serviços públicos básicos como a saúde. De acordo com o Observatory Report a taxa de mortalidade infanto-juvenil em Angola continua a ser superior à média dos restantes países africanos e segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cobertura médica média no país é de 2 médicos para 10.000 habitantes, muito longe da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) de 3,1 médicos por 1.000 habitantes.
Justificação: A Comuna do Gungo, com uma população de 33.969 pessoas não tem no terreno nenhum médico ou enfermeiro graduado. No ano de 2016, a Saúde em Português (ASP) realizou um diagnóstico de situação e inquiriu promotores de saúde e parteiros/as do Gungo (n=32; 25%). Concluiu que em 10 meses realizaram 261 partos, registaram 116 mortes infantis e 10% de mortes maternas relacionadas com o parto. Desta realidade resultou uma proposta de apoio à Comuna do Gungo que pretende contribuir para diminuir os principais problemas que interferem na saúde materno e infantil, através de uma parceria estabelecida com o Governo Provincial do Kwanza Sul. Será construída a Unidade Materno Infantil do Gungo (UMIG) com 750m2, 8 camas de internamento obstétrico, 8 camas de internamento pediátrico e 4 incubadoras, que pretende ir ao encontro das principais necessidades identificadas.
Objetivo: Propomo-nos, em parceria com o Instituto Politécnico do KWANZA SUL (ISPKS), promover um curso de formação para os promotores de saúde, parteiros/as registados e enfermeiros/as, que tenham entre os 25 e os 50 anos de idade, de ambos os sexos e que intervenham habitualmente na Comuna do Gungo, com o principal objetivo de capacitar estes técnicos, promovendo cuidados materno-infantis mais diferenciados a esta Comuna. Pretendemos ainda formar 5 enfermeiros para serem futuros formadores nesta área. Com este projeto, para além dos 30 técnicos de saúde beneficiados diretamente, beneficiarão cerca de 7 786 mulheres em idade fértil e 6 794 crianças, alcançando assim um total aproximado de 14 610 pessoas.
Resultados esperados: Capacitar técnicos de saúde, tais como, enfermeiros/as, promotores de saúde e parteiros/as, para a vigilância na gravidez, assistência no trabalho de parto e vigilância em idade pediátrica até aos 5 anos de idade; aumentar e melhorar os conhecimentos técnico científicos na área da saúde materno-infantil e garantir a sustentabilidade do programa de formação.
Conclusão: Na maioria das famílias, o parto é um momento único e memorável, celebrado por todos. Mas, para que o sonho não se transforme em pesadelo, é imprescindível garantir a atenção necessária à maternidade, é obrigatório capacitar os promotores de saúde para a prestação de cuidados de saúde materno-infantis de qualidade, é importante providenciar o acesso a equipamentos, medicamentos e cuidados de urgência adequados à identificação e resolução rápida de intercorrências agudas. Investir na saúde das crianças e das suas mães não é apenas uma exigência dos direitos humanos, é, também, uma sólida decisão económica e um dos caminhos mais seguros em direção a um futuro melhor.