Duração: 2025 – 2026
Investigador Responsável
Paula Xavier
Membros da Equipa
Ana Gama
Bianor Valente
Catarina Sousa
Maria Pacheco Figueiredo
Maria João Silva
Maria João Santos
Natália Gomes
Ana Cristina Antunes
Eduarda Ferreira
Com a crescente integração da Inteligência Artificial (IA) na sociedade, torna-se essencial refletir sobre as suas implicações no Ensino Superior. A UNESCO (2024) defende que é urgente formar estudantes como utilizadores/as responsáveis e cocriadores/as de tecnologias de IA, desenvolvendo competências como a abordagem centrada no ser humano, a ética da IA, o domínio técnico e o desenho de sistemas. Neste contexto, é fundamental integrar uma perspetiva de género, dado que os entendimentos sociais sobre “masculino” e “feminino” influenciam trajetórias formativas e práticas educativas. A literatura evidencia a sub-representação feminina nas áreas STEM, essenciais no desenvolvimento da IA, e alerta para a reprodução de estereótipos de género por sistemas de IA, treinados com dados enviesados. Estudos revelam ainda diferenças de género na perceção e uso da IA na educação: homens tendem a avaliá-la mais positivamente, enquanto mulheres demonstram maior sensibilidade ética, embora ambos valorizem a sua relevância académica. A escassez de diversidade limita a inovação, sendo urgente promover a participação de mulheres em formações e carreiras na área, em alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030. Neste enquadramento, este projeto de investigação exploratória visa compreender expectativas, usos e perceções de estudantes do Ensino Superior relativamente à IA, analisando diferenças de género e produzindo recomendações para a sua integração institucional com justiça e equidade. O estudo adota um design sequencial explanatório (QUAN-QUAL), iniciando com um questionário sobre perceções e comportamentos face à IA, seguido de grupos focais com estudantes selecionados/as intencionalmente. Os grupos seguirão um guião centrado em cinco eixos: expectativa de desempenho, expectativa de esforço, influência social, condições facilitadoras e reflexão ética, articulando o modelo UTAUT (Venkatesh et al., 2003) com os referenciais da UNESCO e estudos recentes. As sessões serão gravadas, transcritas e analisadas segundo os princípios da Análise de Conteúdo. Ao explorar criticamente as intersecções entre IA, género e educação, o projeto pretende contribuir para práticas pedagógicas e formativas mais inclusivas, preparadas para os desafios éticos e sociais colocados pela IA no Ensino Superior.