Duração: 2022 – 2025
Investigador Responsável
Luís Tinoca
Investigador Responsável do CI&DEI
Tiago Tempera
Linha de investigação:
Políticas Educativas, Didáticas e Formação
A inclusão educativa é hoje reconhecida como a forma mais eficaz de concretizar o direito de todas as crianças e jovens a uma educação de qualidade, constituindo, com a equidade, preocupações centrais da Agenda 2030 [UN20], porque partem do reconhecimento e da valorização da diversidade para propor uma mudança na organização da escola, currículos e processo de ensino-aprendizagem. No entanto, as desigualdades de recursos e oportunidades persistem na Escola [Ai20; UN20] e a maioria dos professores portugueses parece encarar a diversidade como um desafio [Sz20]. Organizar a escola, currículos e processo ensino-aprendizagem para dar uma resposta à diversidade de ritmos e estilos de aprendizagem, interesses, motivações e expectativas, e à diversidade cultural, linguística, e socioeconómica não é um processo fácil [Pi12], apontando-se como barreiras, atitudes e crenças adversas em relação à inclusão, assim como experiências negativas de contato com a diversidade de estudantes, e a falta ou deficiente formação de professores nesta área.
Neste sentido, perspetivas sistémicas de intervenção na escola têm vindo a ganhar força [Ad19] em particular o desenvolvimento de comunidades de aprendizagem (CA), envolvendo não só professores, como alunos, famílias e outros elementos da comunidade educativa [Pa19], num processo de transformação da escola e da sua comunidade [Fl15]. Com efeito, as CA, ao facilitar a pesquisa e a reflexão crítica, favorecem a mudança de pensamento e práticas [Du16], a criação de laços e transformação da cultura escolar, com ganhos significativos no comportamento e aprendizagem dos alunos [Ad19; UN20]. Para tal, é fundamental a criação de estruturas de participação, que incluam a organização de espaços e tempos de encontro, a formação de equipas de trabalho interdisciplinar e o desenvolvimento de processos colaborativos eficazes [Ad19; Pa19] em que os professores desempenham um papel crucial [Pi11; Sz20].
Apesar das evidências que as CA facilitam as mudança das escolas e dos seus profissionais, ainda são poucos os estudos com foco específico na transformação da escola para a inclusão, e ainda menos os que se centram em compreender como as especificidades do sistema educativo e de contextos locais particularmente vulneráveis e com significativa diversidade facilitam e/ou constrangem o desenvolvimento dessas comunidades.
Assim, este projeto tem como objetivo analisar o desenvolvimento de CA focadas na inclusão educativa, em escolas portuguesas, para compreender os desafios enfrentados e as mudanças introduzidas para se organizar e combater a exclusão/desigualdade e promover a participação e aprendizagem de todos. Com este objetivo, iremos centrar o estudo em CA apoiadas por um programa do Ministério da Educação português (projeto “ Comunidades de Aprendizagem”) que tem privilegiado o seu desenvolvimento em “Territórios Educativos de Intervenção Prioritária” (TEIP), contextos particularmente ricos para analisar os desafios associados à inclusão. Os contextos socioeconómicos mais vulneráveis são os mais afetados pela exclusão e pelas desigualdades [UN20], e o programa TEIP, onde se centra a maior parte das CA do projeto, atua em contextos identificados como de pobreza e exclusão social. O projeto mencionado, dando corpo a medidas legislativas (e.g.: Decretos-Lei n.º 55/2018 e 54/2018), tem por base um conjunto de Ações Educativas de Sucesso consideradas universais e transferíveis, entendendo os seus promotores que garantem melhores resultados de âmbito académico, coesão social e coexistência em contextos diversos dos alunos, têm em conta as vozes dos diferentes agentes da comunidade baseiam-se em evidências, e são validadas em publicações da comunidade científica a nível internacional [Fl15]. No entanto, questionamos como as escolas portuguesas têm apropriado, adaptado e ampliado essas ações.
Nesta investigação é proposta uma abordagem metodológica mista que combina a recolha de informação empírica em extensão e profundidade. Em extensão, a partir de um estudo longitudinal ao longo de 3 anos, com uma amostra representativa das CAs em desenvolvimento em Portugal, que procurará identificar os principais desafios, expectativas e respostas produzidas pelas comunidades educativas para a inclusão. Em profundidade, contemplando a realização de estudos de caso, para análise e aprofundamento da compreensão acerca das diferentes formas como as CAs têm sido implementadas tendo em conta os diferentes contextos e as diferentes problemáticas de inclusão/diversidade. Esta opção metodológica permitirá produzir conhecimento sobre os processos de desenvolvimento de CAs, bem como das estratégias utilizadas em diversos contextos para combater a desigualdade e promover a inclusão e o sucesso. Pretende-se ainda contribuir com recomendações para as autoridades educativas nacionais quanto ao futuro desenvolvimento destas comunidades contribuindo desta forma para a sua sustentabilidade e possível disseminação.
Neste sentido, perspetivas sistémicas de intervenção na escola têm vindo a ganhar força [Ad19] em particular o desenvolvimento de comunidades de aprendizagem (CA), envolvendo não só professores, como alunos, famílias e outros elementos da comunidade educativa [Pa19], num processo de transformação da escola e da sua comunidade [Fl15]. Com efeito, as CA, ao facilitar a pesquisa e a reflexão crítica, favorecem a mudança de pensamento e práticas [Du16], a criação de laços e transformação da cultura escolar, com ganhos significativos no comportamento e aprendizagem dos alunos [Ad19; UN20]. Para tal, é fundamental a criação de estruturas de participação, que incluam a organização de espaços e tempos de encontro, a formação de equipas de trabalho interdisciplinar e o desenvolvimento de processos colaborativos eficazes [Ad19; Pa19] em que os professores desempenham um papel crucial [Pi11; Sz20].
Apesar das evidências que as CA facilitam as mudança das escolas e dos seus profissionais, ainda são poucos os estudos com foco específico na transformação da escola para a inclusão, e ainda menos os que se centram em compreender como as especificidades do sistema educativo e de contextos locais particularmente vulneráveis e com significativa diversidade facilitam e/ou constrangem o desenvolvimento dessas comunidades.
Assim, este projeto tem como objetivo analisar o desenvolvimento de CA focadas na inclusão educativa, em escolas portuguesas, para compreender os desafios enfrentados e as mudanças introduzidas para se organizar e combater a exclusão/desigualdade e promover a participação e aprendizagem de todos. Com este objetivo, iremos centrar o estudo em CA apoiadas por um programa do Ministério da Educação português (projeto “ Comunidades de Aprendizagem”) que tem privilegiado o seu desenvolvimento em “Territórios Educativos de Intervenção Prioritária” (TEIP), contextos particularmente ricos para analisar os desafios associados à inclusão. Os contextos socioeconómicos mais vulneráveis são os mais afetados pela exclusão e pelas desigualdades [UN20], e o programa TEIP, onde se centra a maior parte das CA do projeto, atua em contextos identificados como de pobreza e exclusão social. O projeto mencionado, dando corpo a medidas legislativas (e.g.: Decretos-Lei n.º 55/2018 e 54/2018), tem por base um conjunto de Ações Educativas de Sucesso consideradas universais e transferíveis, entendendo os seus promotores que garantem melhores resultados de âmbito académico, coesão social e coexistência em contextos diversos dos alunos, têm em conta as vozes dos diferentes agentes da comunidade baseiam-se em evidências, e são validadas em publicações da comunidade científica a nível internacional [Fl15]. No entanto, questionamos como as escolas portuguesas têm apropriado, adaptado e ampliado essas ações.
Nesta investigação é proposta uma abordagem metodológica mista que combina a recolha de informação empírica em extensão e profundidade. Em extensão, a partir de um estudo longitudinal ao longo de 3 anos, com uma amostra representativa das CAs em desenvolvimento em Portugal, que procurará identificar os principais desafios, expectativas e respostas produzidas pelas comunidades educativas para a inclusão. Em profundidade, contemplando a realização de estudos de caso, para análise e aprofundamento da compreensão acerca das diferentes formas como as CAs têm sido implementadas tendo em conta os diferentes contextos e as diferentes problemáticas de inclusão/diversidade. Esta opção metodológica permitirá produzir conhecimento sobre os processos de desenvolvimento de CAs, bem como das estratégias utilizadas em diversos contextos para combater a desigualdade e promover a inclusão e o sucesso. Pretende-se ainda contribuir com recomendações para as autoridades educativas nacionais quanto ao futuro desenvolvimento destas comunidades contribuindo desta forma para a sua sustentabilidade e possível disseminação.