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Saúde, Educação e Qualidade de Vida Materno-Infantil do Gungo: Projeto de investigação-ação

Investigador Responsável: Manuela Ferreira
Duração: 2022 – 2024

Membros da equipa do UICISA: E
Graça Aparício
Paula Nelas

Entidades financiadoras:
FCT

A Comuna do Gungo, com uma população de 33.969 pessoas, não tem no terreno qualquer médico ou enfermeiro graduado. No ano de 2016, a Saúde em Português (ASP) realizou um diagnóstico de situação e inquiriu promotores de saúde e parteiros/as do Gungo (n=32; 25%). Concluiu que, em 10 meses, foram realizados 261 partos, registadas 116 mortes infantis e 10% de mortes maternas relacionadas com o parto. Neste sentido, o objetivo geral deste projeto é contribuir para o desenvolvimento humano, através da formação contínua e sustentada de recursos humanos para a prestação de cuidados de saúde de qualidade na área materno-infantil e testar o modelo de intervenção formativa, permitindo a evolução favorável dos determinantes sociais e económicos de saúde. O projeto será implementado seguindo uma metodologia de investigação-ação. O grupo alvo será constituído por 30 técnicos de saúde: 25 promotores de saúde e parteiros(as) e 5 enfermeiros(as) do Instituto Politécnico do Kwanza Sul (ISPKS). Será aplicado um protocolo de questionários: de caracterização sociodemográfica; de literacia e qualidade de vida em saúde; de identificação de práticas e conhecimentos no âmbito da saúde Materno-Infantil. Identificadas as necessidades de formação, implementar-se-á um programa de intervenção formativa de promoção da saúde materno-infantil e de literacia em saúde, de modo a capacitar o grupo alvo. A atividade formativa será ministrada em formato curso, composto por um plano curricular de 2 anos, com cerca de 360 horas teórico-práticas, organizadas em módulos funcionais com duração de uma semana em cada mês. Após a formação, serão aplicados os mesmos instrumentos para estudo detalhado dos efeitos da intervenção. Neste âmbito proceder-se-á a uma pesquisa experimental de campo com dois grupos: i) o experimental, constituído pela totalidade dos promotores e enfermeiros que receberão formação e ii) o grupo controlo composto por outros profissionais de saúde não sujeitos à formação. Este terá a proporção de 1 para 2 e obedecerá às seguintes regras de emparelhamento: mesmo sexo, idade, atividade profissional e tempo de práticas. Resultados esperados: capacitar técnicos de saúde, tais como, enfermeiros/as, promotores de saúde e parteiros/as, para a vigilância na gravidez, assistência no trabalho de parto e puerpério e vigilância em idade pediátrica até aos 5 anos de idade; aumentar e melhorar os conhecimentos técnico/científicos na área da saúde materno-infantil e garantir a sustentabilidade e continuidade do programa de formação.
Investir na literacia e na capacitação em saúde dos técnicos que assistem as crianças e as mães desta região não é apenas uma exigência decorrente dos direitos humanos; é, também, uma decisão económica consistente e um dos caminhos mais garantidos em direção a uma maior igualdade e justiça social entre países.

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